CRECE LA EMIGRACION EN PORTUGAL/ UNA MEDICA CAMINO A DINAMARCA

24.03.2013 By: Francisco Galope (texto) e Luís Barra (fotos) (reportagem publicada na VISÃO)
Publicado en la revista VISAO

Ich will Arbeit | Uma médica a caminho da Dinamarca



Cansada de ter três empregos em Lisboa, a psiquiatra Bárbara Lopes Félix, vai juntar-se a outros médicos portugueses no norte da Europa
‘Embora trabalhasse, desde 2001, num excelente Serviço de Psiquiatria, nos arredores de Lisboa, a verdade é que tinha de ter mais três empregos no setor privado e chegava a trabalhar mais de 50 horas em algumas semanas, sem que isso compensasse, em termos monetários, o tempo que estava afastada da minha família. E apesar de o meu marido, licenciado em arquitetura, ter emprego, as perspetivas de futuro em Portugal não eram animadoras. Com a degradação das condições de vida e a ausência de esperança, tanto para nós como para os nossos filhos, de 3 anos e um ano e meio, começámos a pensar em mudar.
No final de agosto do ano passado, testámos as nossas hipóteses noutro país. Austrália, Brasil, Angola? A Europa pareceu-nos o destino mais equilibrado e com mais probabilidades de sucesso, sobretudo depois de ter sabido que vários colegas tinham emigrado, nesse ano, para a Dinamarca e para a Suíça. Inscrevi-me, então, num site de recrutamento de médicos e, no dia seguinte, tinha várias propostas oriundas da Escandinávia. Uma semana depois, fui a Budapeste para a minha primeira entrevista de trabalho na vida.
Cinco meses passados, estamos os quatro em Budapeste, a fazer um curso intensivo de dinamarquês pago pelo hospital e que, caso corra bem, me garante emprego, a partir de agosto, como psiquiatra em Århus (Aarhus), a segunda cidade da
Dinamarca, e com um ordenado que me permitirá trabalhar, apenas, no hospital público e universitário. O meu marido planeia fazer o mestrado internacional em arquitetura, na Universidade de Aarhus e trabalhar num gabinete de arquitetos.
Esperamos ter mais tempo para os nossos filhos, que irão crescer numa sociedade sem corrupção (ou quase). Além disso, os dinamarqueses têm a fama de ser o povo mais feliz do mundo ou, pelo menos, assim o dizem alguns estudos sobre a felicidade.
Na verdade, o que mais ambicionamos é ter uma melhor qualidade de vida.
Lembro dois momentos de maior angústia: o dia em que me demiti do hospital e o da despedida dos meus amigos e familiares. Para o meu marido também terão sido estes os momentos mais difíceis. Embora do que ele sente mais saudades é do seu hóbi: pescar na costa atlântica.
Saudades, vamos ter muitas mas as novas tecnologias ajudam bastante e teremos sempre de férias.

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