PORTUGAL VUELVE A CRECER
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A aceleração: Portugal volta finalmente ao crescimento
Por Ana Rita Guerra||Ilídia Pinto||Erika Nunes
No momento em que o
Banco de Portugal anuncia algo extraordinário - o país vai crescer nos
próximos três anos, o tecido empresarial português comporta-se como um
doente que recebeu tratamento com choques elétricos na cabeça: com
desconfiança e alguma apatia.
A
saída da recessão, que os números do Boletim Económico da Primavera
confirmam, chega numa altura em que as empresas já se viraram para fora,
reduziram o seu tamanho ou abandonaram segmentos de negócio, e talvez
por isso não haja uma onda de otimismo a varrer o país.
O
que os números do BdP revelam é que não só Portugal vai crescer de
forma sustentada (1,2% este ano, 1,4% em 2015 e 1,7% em 2016) como
grande parte desse impulso será dado pela retoma do consumo privado. E a
subida dos indicadores de clima económico e de confiança dos
consumidores, que atingiram em março máximos de quatro anos, segundo o
Instituto Nacional de Estatística, reforçam a ideia de que a recuperação
vai acontecer mais cedo do que se esperava.
O
que não necessariamente influenciará as estratégias das grandes
empresas, como é o caso da construtora Soares da Costa. O CEO, António
Castro Henriques, não só afirma que “obviamente que não” vai alterar
nada, como questiona: “Mas alguma empresa muda o seu plano de
investimento por causa das previsões do Banco de Portugal?” Castro
Henrique sublinha que, no que diz respeito à construção , não há
qualquer recuperação à vista, pelo que, falar de investimentos ou
criação de empregos não faz sentido. “Talvez em 2015 se comecem a ver
sinais de retoma.”
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