LA COSTUMBRE DE ATACAR O MAIO

Atacar o Maio
Abril, águas mil! Lá diz o ditado popular. Findo o mês de Abril e com ele as águas mais fortes, floresce o mês de Maio, de tons amarelos e rôxos. Morre definitivamente o Inverno, ainda disfarçado de Primavera. Giestas, mimosas, estevas e lírios, anunciam, no campo, o final da noite, do frio, do vento, da chuva e da neve. É um tempo novo de luz, calor e fertilidade que nasce.
Na nossa tradição agrária antiga, é uma luta tenaz entre a morte e a vida. E esta, para ser vitoriosa, necessita de um esforço ritual e cíclico do homem, vital para ajudar as forças da natureza a renascer.
No primeiro de Maio, consagrado como o dia das “Maias”, colocam-se flores de giesta nas janelas e nas portas, nas carroças dos bois, nas fontes e nos largos. Enfeitam-se bonecos de palha, que são colocados nas janelas ou mesmo nos telhados, como era hábito em Portimão. Em Alte, os maios são deixados às esquinas das ruas, às vezes suportando versos a propósito.
Na aldeia de Querença, uma pessoa vestida de branco, vinha cedo pela manhã, como é tradição, bater às portas dos vizinhos, desafiando-os a sair de casa, com vários subterfúgios: “Venha daí home, que o seu burro anda no trigo!
Era necessário sair de casa cedo, para evitar que o “Maio” entrasse. Seguiam depois em romaria, uns atrás dos outros, atacando o Maio, com figos enfarinhados e aguardente de medronho, portas adentro de cada casa por onde passavam.
O Maio, elemento nocivo era, assim, esconjurado para que a natureza surgisse fértil e limpa das maleitas do Inverno. As consagrações florais, as Maias (bonecos, raparigas ou rapazes) e o repasto tradicional rural composto de figos e medronho assumiam, no Algarve, as fórmulas de defesa da Primavera que se consolidava. Tradição agrária antiga, que misturou variadas práticas, remonta às festividades romanas da “Florália”, dedicadas à deusa Flora e a cultos medievais germânicos de Santa Valpurgis, conforme investigação do etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira.
(citado en La Voz del Club Portugués)

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