Vida de emigrante. Los que regresan a Portugal en vacaciones.

Agosto, mês de férias, praias, festas e temperaturas quentes. O Algarve torna-se, no verão, o ponto de encontro para milhares de emigrantes portugueses que atravessaram a fronteira em busca de uma vida melhor. A ALGARVE MAIS percorreu as praias, festas e festivais da região em busca de emigrantes que durante este mês matam as saudades do seu país. Mantêm o orgulho em ser portugueses mas regressar já não é uma prioridade

"Meu querido mês de Agosto” assim lhe chamam os emigrantes portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo. Temperaturas quentes, praias, festas, festivais, Algarve. O sonho de verão de todos os emigrantes que passam o ano à espera do verão, altura para rever os amigos, a família, disfrutar e apreciar as tradições e sabores do seu país.

No Algarve aos portugueses chegados de todos os pontos do país juntam-se os emigrantes vindos de vários pontos do mundo. Nas ruas multiplicam-se as viaturas de matrículas estrangeiras, nas praias amontoam-se as famílias de férias. Aproveitam para matar saudades da família, dos amigos, da comida, do clima e da vida em Portugal. Alguns manifestam vontade de cá ficar, outros assumem que voltar a Portugal não faz parte dos seus planos. Apesar da enorme crise que parece ter atingido todo o mundo, os emigrantes continuam a afirmar que em Portugal a situação faz-se sentir ainda mais.

Maria de Fátima Rocha, 39 anos, tinha apenas 16 anos quando trocou o Porto pela Suíça. “Na altura os meus pais já viviam na Suíça, lembro-me de ter chorado imenso, não queria lá estar”. Acabou por se adaptar à vida no estrangeiro, casou com um suíço e teve três filhos, mas não dispensa todos os anos umas férias em Portugal, sempre com passagem garantida pelo Algarve. Apesar da situação também não estar famosa nos restantes países, a cabeleireira não tem dúvidas que, apesar de tudo, está bem melhor do que em Portugal. “Há menos trabalho do que havia antigamente, mas para quem já lá está a viver há muito tempo, como é o meu caso, a situação é bem melhor do que aqui”. Pensa um dia regressar a Portugal, mas preocupa-lhe a falta de recursos que cá existem. “Tenho um filho que sofre de autismo e lá tenho toda a assistência necessária a nível de saúde e educação, aqui, acredito que a situação seria diferente”. Além disso, preocupa-lhe também a falta de rigidez por parte das autoridades portuguesas. “Na Suíça o simples facto de insultar alguém é motivo para uma sanção, são demasiado rigorosos, aqui ninguém é repreendido”. Conta que lá fora os portugueses são vistos como pessoas simpáticas e bons trabalhadores, “fazem lá trabalhos que aqui não fazem”.

História parecida tem Maria José Xavier, 34 anos. Aos 15 anos deixou a aldeia alentejana de Albernoa para se juntar ao marido emigrado na Suíça. Afirma que “a vida lá fora também não esta fácil, mas sempre está melhor do que aqui”. Gosta de vir a Portugal, gosta de gozar férias no Algarve, mas é na Suíça que sonha fazer vida “temos mais cuidados a nível de saúde e os salários são muito superiores. A Suíça é um país muito civilizado, existe um grande respeito pelas pessoas”. Trabalha como empregada doméstica e não tem dúvidas de que lá fora os portugueses são muito melhores trabalhadores do que no seu país.

REVISTA ALGARVE MAIS

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